quarta-feira, 27 de março de 2013

MAIS RESPEITO, EU SOU CRIANÇA

Prestem atenção no que eu digo,
pois eu não falo por mal:
os adultos que me perdoem,
mas ser criança é legal!

Vocês já esqueceram, eu sei.

Por isso eu vou lhes lembrar:
pra que ver por cima do muro,
se é mais gostoso escalar?
Pra que perder tempo engordando,
se é mais gostoso brincar?
Pra que fazer cara tão séria,
se é mais gostoso sonhar?

Se vocês olham pra gente,
é chão que vêem por trás.
Pra nós, atrás de vocês,
há o céu, há muito, muito mais!

Quando julgarem o que eu faço,
olhem seus próprios narizes:
lá no seu tempo de infância,
será que não foram felizes?

Mas se tudo o que fizeram
já fugiu de sua lembrança,
fiquem sabendo o que eu quero:
mais respeito eu sou criança!

(Pedro Bandeira, Livro "Mais respeito, eu sou criança")

Quem é Pedro Bandeira?

Pedro Bandeira nasceu em Santos no ano de 1942, mora em São Paulo desde 1961, onde o autor fez faculdade, foi ator de teatro, editor, jornalista e publicitário. Porém, desde 1983 passou a ser somente escritor.


* Informamos que esta poesia faz parte de nosso mural estético, localizado na entrada de nossa escola.

quarta-feira, 13 de março de 2013

MURAL INFORMATIVO/ LITERÁRIO/ ESTÉTICO

PROPOSTA: Apresentar mensalmente no mural interno da escola para todos os educadores além das informações de organização geral do cotidiano escolar, imagens fotográficas com histórias de mulheres que marcaram o século passado.

TEMA: “A MULHER NO SÉCULO XX”

A mulher no século XX atravessou um tempo, percorrendo trilhas e destinos que se tornaram experiências artísticas, políticas, estéticas e cotidianas. Mostrou seu silêncio e sua obediência, ao mesmo tempo sua voz e sua revolta. Soube avançar e criar valores.
Nestas imagens apresentadas haverá lugar para a “rainha do lar” e para as batalhadoras pela emancipação feminina. Lutando por temas distintos, agindo, sentindo, deslizando pela história.
Os textos de Nélida Pinõn, Marilena Chaui e Schuma Schumaher nos farão perceber como o Brasil se tornou mais feminino na poesia de cada olhar, de cada gesto, de cada afeto que estas imagens e textos revelam.

A BRASILEIRA - NÉLIDA PINÕN

“Eis a mulher brasileira que, pelas manhãs, após ingerir o café, aguarda o transporte que a leve até o mundo. O rosto, ora jovem, ora envelhecido, tem apetite. Com traje de chita ou de gala, ela destaca-se nas ruas onde esteja. Na cena brasileira é instauradora e fundacional ao mesmo tempo. Algumas, brejeiras, cheias de graça, enquanto outras, de beleza outonal, cumprem o papel que lhes foi dado historicamente designado. São elas, porém, que tem a primazia de detalhar os próprios feitos.”

ANOS 20 – “A mulher encurta os cabelos e as saias, muito luxo e fantasia.” (Nélida Piñon) / Foto: Augusto Malta

O retrato angelical da menina de branco e laço de fita sobre um altar ladeado por um busto feminino revela no olhar e no gesto, uma das imagens que se fazia da mulher no século XX. “Criativa, inocente, frágil, pura, sensível, intuitiva.” (Marilena Chauí) / Foto: Augusto Malta

FONTE: Livro “Século XX – A mulher conquista o Brasil”