“Nas décadas que se sucedem, o seu retrato moderniza-se. Parte integral da trama brasileira, esta mulher questiona seu papel social, o significado de seu gênero em face das novas concepções que lhe são atribuídas indaga que rumo seguir que não exclua o seu amplo espectro afetivo. Quer preservar a alma arqueológica, presente desde o alvorecer humano, resguardar as tradições civilizatórias, assim como os outros ganhos da cultura do lar. Oscila entre um comportamento provocador e a manutenção da ética mosaico-cristã, de caráter eminentemente conservador, erigida em defesa de um conjunto moral e teológico de viés anacrônico, de que é também mantenedora.”
(Nélida Piñon)
Estrelas brasileiras do cinema mudo, como Eva Nil, atriz do clássico Barro Humano, ostentavam lábios pintados de vermelho e cabelos curtos. Apontavam para novos hábitos e comportamentos. A mulher começava a refletir sua imagem nas telas e nos palcos. Foto: Pedro Comello – Acervo Fundação Cinemateca Brasileira
“AO MESMO TEMPO”
O que um álbum de fotografias nos revela?
Intimidade e memória, onde estão guardados?
Qual imagem estamos refletindo?
Uma organza de seda finíssima cria um laço de fita e envolve o corpo do bebê. Em 1927, o simbólico remete ao ideal romântico do início do século. Foto: Acervo Museu Paulista